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A sociedade está mudando e o ensino será dinâmico, aponta fundador da Rockfeller Language Center

Fernando Plack | 12/11/2020 | 4 min de leitura | Voltar

André Belz, diretor e fundador da Rockfeller Language Center, fala sobre a importância dos recursos tecnológicos no ‘novo normal’

Um “novo normal” no meio social e profissional já é quase como um consenso. Com a pandemia do novo coronavírus, muita coisa mudou e quase tudo precisou de uma adaptação. Os recursos tecnológicos surgiram como um alento em meio a esse período de distanciamento social, auxiliando e aproximando as pessoas quando foi preciso se afastar.

Em meio às mudanças, um dos setores que mais sofreu foi o da educação. Escolas precisaram fechar, universidades paralisaram e o ensino remoto surgiu como uma necessidade. “As inovações e as propostas são as opções que se adaptem às pessoas de acordo com a necessidade delas”, destaca André Belz, diretor e fundador da escola de idiomas Rockfeller Language Center, em entrevista exclusiva à BlastingTalks.

“Mas é certo afirmar que a sociedade está mudando, o ensino será dinâmico e aqueles modelos tradicionais, engessados, vão precisar se atualizar”, salienta o fundador da escola. Por conta disso, a preparação foi essencial para dar o suporte necessário aos alunos, sem prejuízos didáticos. “Não houve nenhum tipo de prejuízo e perda pedagógica”, diz. “Com nossas plataformas digitais já existentes conseguimos manter a essência da metodologia através da perfeita interação dos alunos com seu professor e colegas”, completa André.

Embora esse “novo normal’ se apresente como necessidade no momento, Belz destaca a importância do contato social físico, principalmente para o aprendizado de um novo idioma.

“A interação humana ainda é considerada primordial para a aquisição de uma nova língua”, finaliza.

Confira a entrevista na íntegra.

Blasting News: Como a pandemia do novo coronavírus impactou a Rockfeller e quais medidas foram tomadas para se adequar a essa nova realidade?

André Belz: Quando foi decretado o isolamento social, todas as unidades da Rockfeller Language Center entraram em modo digital, com aulas em ambiente remoto, em menos de três dias.

Foi uma migração em tempo recorde no nosso setor, porque a escola já tinha tecnologia para isso. Por ser nativa digital, já possuíamos toda a nossa metodologia alinhada com as novas tecnologias desde 2004, quando entramos no mercado. As 72h foram necessárias apenas para alinharmos, internamente, com a nossa rede como adaptaríamos as aulas nesse sistema remoto.

Nossas aulas têm uma média de 5 alunos por turma e isso se manteve no digital, pois a nossa metodologia é pensada para incentivar a conversação do novo idioma entre os alunos. Em termos de aula, o que mudou foi que os alunos e professores não se encontravam no mesmo ambiente, mas a aula em si continuou a mesma, pois nossa metodologia já era pensada de acordo com as novas tecnologias. Ao invés dos alunos virem a tela na sala de aula, eles acompanhavam a aula com a tela compartilhada dos professores. Após o susto inicial, a rápida adaptação das aulas e aceitação dos alunos, entramos no modo remoto com toda a rede e tivemos matrículas durante os meses iniciais do isolamento social, em alguns casos, enviamos material pelo correio para os alunos, por exemplo.

Qual a avaliação da evolução dos alunos em meio ao período de estudos a distância? Houve algum tipo de prejuízo ou dificuldade apresentada?

Não houve nenhum tipo de prejuízo e perda pedagógica. Com nossas plataformas digitais já existentes conseguimos manter a essência da metodologia através da perfeita interação dos alunos com seu professor e colegas. Nossos índices de frequência nas aulas subiram de 85% em épocas normais para 92% durante a pandemia.

O estudo a distância pode ser considerado o futuro? Ou o que veremos daqui para frente será uma mescla do ensino remoto e do presencial?

Aqui entramos na ideia do “novo normal”, e ele é pensado de forma a utilizar as ferramentas tecnológicas, com seus devidos cuidados, pois a interação humana ainda é considerada primordial para a aquisição de uma nova língua.

Com isso, as inovações e as propostas são as opções que se adaptem às pessoas, de acordo com a necessidade delas. Por exemplo: flexibilidade de dias, horários, aulas a distância, ao vivo ou não, em turmas ou não, presenciais, híbridas, entre outros. Buscando, sempre, manter a maior interatividade possível entre as pessoas e garantir a qualidade do aprendizado. Ao pensar nesse futuro próximo, é imprescindível olhar, também, as realidades, objetivos, acessos à tecnologia diferentes de cada aluno. No nosso caso específico, temos alunos de gerações diferentes e isso reflete, também, na forma de cada aluno ver o mundo. Mas é certo afirmar que a sociedade está mudando e o ensino será dinâmico, aqueles modelos tradicionais, engessados, vão precisar se atualizar.

Mas é inegável que a flexibilidade e a personalização terão ainda mais força. Ressaltando que, o contato humano, o relacionamento e o papel social da escola devem continuar.

Quando e de que maneira o emprego das tecnologias contribui e quando elas podem atrapalhar o processo educacional?

Quando existem para facilitar a vida do aluno e que apresentem eficiência. Muitas vezes vemos coisas que servem apenas para “florear”, para apenas se dizer que existe. A tecnologia deve ser usada como ferramenta ou meio e não como fim em si mesma. A experiência viva e a interação humana para aquisição de uma nova língua é fundamental, então a tecnologia deve de alguma forma coexistir com isso.

Quais as lições a serem tiradas com esse período de pandemia no setor da Educação?

Mudanças vieram para ficar.

O avanço da tecnologia, principalmente da internet, estão nos permitindo fazer coisas que não poderíamos sequer pensar há alguns anos. Não apenas na questão das aulas, mas, também, no relacionamento com o aluno desde o momento do primeiro atendimento antes da matrícula. Muitas coisas simplificaram, ficaram mais rápidas e eficientes. Fizemos em meses o que demoraríamos alguns anos. Mas as mudanças não vieram para criar uma nova única realidade. Elas vieram para acrescentar e melhorar a vida de todos. Precisamos ter o aluno/cliente no centro das nossas atenções e decisões. Isso significa atendê-los criando a melhor experiência possível para ele, como sendo único, da forma mais personalizada possível, como já dito anteriormente.

O mundo digital nos permite conhecer o nosso cliente e nos relacionar com ele como nunca fizemos.

Com a sua experiência, quais seriam, na sua opinião, as medidas a serem adotadas para um retorno seguro às aulas presenciais?

Todas essas que já estão sendo adotadas de uma forma geral. Para nossos cursos é bem mais simples do que é para as escolas regulares, pois as nossas turmas são pequenas, a circulação de pessoas nos mesmos horários é bem menor, o tempo de permanência na escola é curto, além da fácil higienização de cada ambiente após uma aula. Portanto, além destas questões, o uso de máscaras, uma distância mínima de 1 metro entre os colegas, a disponibilização de álcool em gel e o afastamento preventivo de pessoas com algum sintoma gripal parece ser um protocolo seguro para a nossa realidade e que já vem apresentando resultados excelentes em vários locais.

Matéria escrita por Mateus Guimarães Bunde / Publicação original: Blasting News


Escrito por:

Fernando Plack

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