Idioma

Por que eu não aprendo inglês com filmes e músicas como todo mundo?

Equipe Pedagógica Rockfeller | 18/05/2021 | 3 min de leitura | Voltar

Por que eu não aprendo inglês com filmes e músicas como todo mundo? Quem não conhece um autodidata que aprendeu inglês só ouvindo músicas, vendo filmes e seriados, e jogando videogames? Estas pessoas têm se tornado referência de sucesso no aprendizado de idiomas entre famílias inteiras, e se destacam também entre amigos, principalmente, se a maioria não é tão fluente quanto o “agraciado”.

Não se compare aos autodidatas

Ao nos compararmos com a experiência dos autodidatas de sucesso, acabamos acreditando que deveríamos fazer igual a eles para ter o mesmo resultado. Afinal, se ele ou ela conseguiu, por que não eu?  Mas é aí que mora o perigo! Lembre-se daquele primo distante que sua tia nunca te deixa esquecer? A gente vai te ajudar a deixá-lo mais humano (e menos X-men) com esse post.

Múltiplas inteligências

Howard Gardner foi o precursor da teoria das múltiplas inteligências e revolucionou a forma com que entendemos os processos educacionais e de ensino-aprendizagem. Seu trabalho resume-se a explicar o motivo pelo qual algumas pessoas têm mais facilidade em tocar instrumentos musicais, outras em desenhar, outras são melhores em matemática, ou seja, justificar nossos dons.

De acordo com a teoria de Gardner, o que mais favorece (facilita) o aprendizado de idiomas é a combinação da inteligência musical e linguística. Pessoas com o dom de diferenciar sons, ritmos, tons e timbres, e as que encontram as palavras certas para se expressarem, têm uma habilidade nata em aprender quantos idiomas elas quiserem, com o menor esforço possível. 

Isto deve-se ao fato de que a inteligência musical favorece a compreensão auditiva, e assim, é possível imitar um nativo no ritmo e pronúncia correta. Similarmente como adquirimos nossa língua materna ao copiar como nossos pais e cuidadores se comunicam. Já a inteligência linguística favorece o reconhecimento dos idiomas como fenômenos vivos, em constante mutação e desenvolvimento, que servem a um fim – a comunicação interpessoal e sobrevivência. Isso ajuda muito a manter a motivação de aprendizado alta para sempre buscar melhorias e aperfeiçoamento das formas de comunicação em qualquer língua.

Mas isso não quer dizer que somente pessoas com inteligência musical e linguística podem aprender inglês. Muito pelo contrário! Os aprendizes altamente dedicados e comprometidos ultrapassam qualquer barreira ou dificuldade cognitiva, e isto é mais comum do que você imagina. Na verdade, essa é a regra geral.

Autodidatas são reais, porém são raros

Histórias de autodidatismo são realmente fantásticas e marcantes. Seu alcance é gigante em nossa sociedade. Fazem com que casos isolados reverberem sua peculiaridade de forma tão intensa, dando a falsa impressão de que a exceção é a única regra.

Em outras palavras, aquele primo do qual sua família inteira tanto se orgulha é muito menos comum do que os canhotos dessa mesma família. Portanto, se basear em como ele ou ela aprendeu inglês sozinho, sem estudar, sem curso, sem professor, sem livro ou método, e sem nunca ter pisado em um país falante da língua inglesa, é no mínimo, injusto com a maioria das pessoas. Inclusive, com você!

Por isso, se liberte de qualquer cobrança ou comparação e tenha em mente que é quase impossível aprender inglês só assistindo filmes ou ouvindo músicas. Ou você acha que saber todas as músicas da Beyoncé de cor vai te ajudar a gabaritar testes internacionais como o TOEFL? Imagine que uma das questões do IELTS seja sobre botânica e infelizmente, nenhum dos episódios de The Crown tocaram nesse assunto. E se você estiver em uma entrevista de emprego em inglês e não souber se comunicar formalmente pois toda a sua fluência vem de madrugadas a fio jogando GTA com seus amigos gamers?!

Os exemplos acima podem parecer absurdos, e até cômicos, mas esta é a realidade. Se o seu objetivo for dominar as quatro habilidades (ouvir, falar, escrever e ler) em inglês, em qualquer situação pessoal, social, profissional e acadêmica, é extremamente ingênuo de sua parte acreditar que todas as músicas, filmes, séries e games do planeta, irão te ajudar a alcançar um nível C1 ou C2 de proficiência em um idioma.

“Toda generalização é perigosa, inclusive esta.” Alexandre Dumas

Por isso, na próxima vez em que algum parente elogiar seu primo fluente que nunca precisou estudar inglês, não se compare com a pergunta “Por que eu não aprendo inglês com filmes e músicas como todo mundo?”. Ao invés disso, reconheça a genialidade alheia (afinal, eles estão mesmo de parabéns). Só não permita que isso afete seus planos e objetivos em continuar estudando, se esforçando e aprendendo inglês, do seu jeito, com todas as suas dificuldades e facilidades também. 

O mais importante é você se conhecer e se aceitar como um eterno aprendiz, de coração e mente abertos para tudo o que lhe fizer bem, em qualquer idioma. 

Nós da Rockfeller estamos com você.


Escrito por:

Equipe Pedagógica Rockfeller

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